quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Traiçoeiro





Ali estou 

Com a face no chão
Sentindo a terra crua
Arranhar minha pele nua

Ali o caminhou terminou
Assim pelo menos achei
E depois vi que me enganei

Foi apenas um tropeço
Na lasca do concreto
Que me fez cair
E quase sucumbir 
Na dor de um simples não
Que levei de rejeição

Com a cara estatelada no chão
Percebi que não era tão simples assim
E a melhor parte de mim 
Se abria em hemorragia
Meu coração feria
O amor que eu sentia
Fazendo derramar sangue

Até quase se esgotar
Eu sem saber como estancar
Apenas via 
A ultima gota pingar

Era pergunta
Era resposta
Era dúvida
Era paixão
Agora já não é mais nada
Além da desconfiguração 
Aquele tropeço 
Destruiu meu coração


Não sei se existe chance
E muito menos remédio
Iludir-se dói
Mentir corrói 
A verdade
Constrói 
Mas também destrói


Não cansamos de nos rasgar
Pra depois remendar
Os restos de trapos manchados
Vão formando uma nova malha
Que ficará pronta pra costurar 
Um novo começo
Tecer um meio 
E ceder no fim
Rasgando novamente
Deixando o rasgo aberto
Pra depois 
Um simples ponto virar
Nesse tecido 
Que se chama amar.

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