Com a face no chão
Sentindo a terra crua
Arranhar minha pele nua
Ali o caminhou terminou
Assim pelo menos achei
E depois vi que me enganei
Foi apenas um tropeço
Na lasca do concreto
Que me fez cair
E quase sucumbir
Na dor de um simples não
Que levei de rejeição
Com a cara estatelada no chão
Percebi que não era tão simples assim
E a melhor parte de mim
Se abria em hemorragia
Meu coração feria
O amor que eu sentia
Fazendo derramar sangue
Até quase se esgotar
Eu sem saber como estancar
Apenas via
A ultima gota pingar
Era pergunta
Era resposta
Era dúvida
Era paixão
Agora já não é mais nada
Além da desconfiguração
Aquele tropeço
Destruiu meu coração
Não sei se existe chance
E muito menos remédio
Iludir-se dói
Mentir corrói
A verdade
Constrói
Mas também destrói
Não cansamos de nos rasgar
Pra depois remendar
Os restos de trapos manchados
Vão formando uma nova malha
Que ficará pronta pra costurar
Um novo começo
Tecer um meio
E ceder no fim
Rasgando novamente
Deixando o rasgo aberto
Pra depois
Um simples ponto virar
Nesse tecido
Que se chama amar.
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