quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vergonha

São quase fraudes
São quase restos
Mas é inteiro
É quase pleno


Poemas fajutas
Letras aglomeradas
Sem questionar-se
Sobre sentidos 
São apenas sentimentos despidos


Agora eu pergunto
Algo vale mais que sentimento?
Quando valer
Faça-me um favor
Reformule-se
Ou meramente
Envergonhe-se. 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Massacre do reflexo

Me sinto tão perdido 
Não sei onde fica o fim
E nem o começo 
E assim eu vou
Tropeço após tropeço
Esbarrando em ilusões 
Em falsos corações
Me derrubo
Me levanto
E assim sigo aos prantos
E o ultimo suspiro que me resta
É erguer a cabeça 
E ver você logo a frente
Minha vontade 
É te amarrar em correntes
E não deixar escapar 
Nem mesmo um defeito seu
Pra eu lhe moldar 
E depois emoldurar
Guardar como lembrança
Da minha tão suada esperança
Que projetei em ti
E não sei se fiz o certo
Em me entregar de peito aberto
A esse espelho ao reverso 
Que Narciso olhou 
E se petrificou 
Pra nunca mais voltar
Do seu próprio encanto 
Da beleza austera 
Que um dia degenera
E escorre como sangue
Pelas veias do coração
Implorando pra sair
E deixar-se refletir
Nesse mundo de superfícies
Algum interior
Faça-me o favor
De sair e gritar
De deixar-se brilhar
Nas águas que mataram
Aquele que era tão belo
E efêmero
É mais um casco que virara pó
Sem vergonha e sem dó
Afundou e se deixou levar
Pela capa que acreditou amar
E desejou que perdurasse
Num amor podre
De fachada quase dourada
Que agora é lodo

Ferrugem
Fuligem
É defunto.

 

domingo, 26 de setembro de 2010

Insólito



Meus olhos caminham pela estrada
Vão de um lado para o outro
Procurando um rumo
Para a solidão
Que me deixa perdido
No meio desse enorme turbilhão

Agora eu achei você
E tenho medo
De estar errado
De ficar anestesiado
Insólito ao meu próprio coração

Mas eu sinto você

E isso é tão bom
Eu só quero uma resposta
Ou um sim ou um não
Pra ver se essa angustia passa
E ameniza a minha sofreguidão

Não sei se eu me achei na hora certa
Quem sabe ficar perdido faça mais sentido
Eu só quero que você fique
E me tire da beira do abismo

Olhando para o céu
Eu vou rezando
E pedindo pra que você me salve
Mas antes
Olha-te e deixe-se salvar primeiro
Do contrário 
Tragicamente
Cairemos os dois
E ai nem amor nos restará.

sábado, 25 de setembro de 2010

Felicidade Alfandegária

Estava ali
Parado, sentado
Hora levantava, hora andava
Rodeava o nada

E o tédio vinha atrás
Como de galope
Reinava soberano

Não tinha vento, nem sombra
O breu desfocava tudo
Não via mais nada
Naquela madrugada gelada

Uma auréola perdida
No fundo da escuridão
Brilhou
Aquela luz me guiou
Uma breve e sofrida
Alegria me ascendeu
Era tudo confusão
Ainda poderia ser
Mas pelo menos eu brilhava 
Por dentro, e por fora
O meu riso se escondia
Atrás dessa luz
Que de ti
Irradia

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sussurro do desejo

Eu não posso sair e gritar
Eu te amo
Me condenariam por isso
O fogo derrete meu sentimento 
Que queima no silêncio
Não ouso abrir a boca
Nem mexer os lábios
Isso esta me matando
Como se uma vida
Em brasa quente 
Meu sussurro está morrendo
Não me deixe falecer
Sem gritar 
Eu te amo!
Está ficando tão pesado
Que eu nem respiro mais
A fumaça me intoxica
Pensar em você é o remédio
Mas possui-lo é ter a cura
Venha pra mim
Me salve desse fogo
É tão ruim morrer
Sem dizer 
Eu te amo
Me ajude a sair daqui
Meus pés estão feridos
Não posso andar
Meu coração, 
A unica parte que salvei de mim
É onde guardo você 
Está intacto
Espero que continue assim
Não faça parte dessa brasa
Que me fragilisa
Que me mata
Lentamente
Imploro com apenas uma lágrima 
Seca nos olhos
Me resgate
Me carregue
Não me esqueça.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Lembranças de um vazio

A interpretação, nem sempre é ao pé da letra.
E nem sempre isso é bom.
E nem sempre isso é ruim.
Tenho saudade do que nunca tive na vida.
De um abraço que nunca foi dado.
De um lábio que nunca foi beijado.
De um você,
Que deixei de ter amado. 

Latência de Você

Nem sempre a beleza da vida
Vem como esperamos
Fico perdido sonhando
Com um cavalo branco
E um príncipe encantado
E quando abro os olhos
Vejo um mundo massacrado
Mas tenho a minha máscara
Que sorri o tempo inteiro
Para o flagelo da vida
Que esconde o meu rosto
O meu sorriso verdadeiro
Estampado na face
Obstruída pela decepção
Mas agora tudo isso é passado
A máscara que eu usei
Está caida no chão
Meu coração latente
Vive novamente
Soprado por você
Que tem o ar mais gracioso
Que preenche a minha mente
Dizer obrigado
Se torna insufciente
Pra uma alma tão repleta
E entorpecente
Que me fez embreagar
E agora me resta vagar
Atrás de você
Que se esconde
Não sei onde
Mas quando eu encontrar
Minha garganta vai gritar
E se eu sobreviver
Quero te ter
Ate o dia
Que morrer

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Se alguém souber

Estou aqui
Sentado, esperando
Você aparecer na janela
E eu correr para a porta

Quero abraçar você
Como jamais fiz
Quero ser o motivo do seu riso
Quando estiver perdido
Corra pra mim
Talvez não seja o caminho
Mas posso guia-lo
Eu fecho os olhos
E não vejo nada
Nem lembranças
Nem memórias
Você existe
Nos meus sonhos
Mas não quero apenas sonhar
Quero viver
Realmente.